Brasil x Coréia do Norte

O dia anterior à primeira partida da seleção na copa dormiu chovendo. Era a tormenta que preparava novos ânimos ao pueblo de Valizas para sediarem a torcida de três patrióticos cidadãos brasileiros.

Encaixando o raciocínio nessa trajetória de sentido, amanhece um dia iluminado de azúl de ceú profundo, sem nuvens superficiais.

Soa o pandeiro! Tinge o verde, o amarelo, e adentram os três verdadeiramente ansiosos no mesmo boliche que, hoje, não mais ouvirá silêncio. E não somos os únicos. Não sei se para ver a partida da melhor e mais alegre seleção do mundo (soberba canarinha!) ou se para assirtir nosso entusiasmo brasileiro assistindo sua própria paixão e saudade de não perceber o modo soberbo como assiste as marcas inconfundíveis de seu país. O país do samba e do futebol conta com muita gente que já se cansou desses clichês. Mas de longe são objeto de rápido apego, confirmando a existência dessas obviedades.E então entoamos o mesmo hino mentiroso, se arrepiando na parte em que não foge à luta os filhos acomodados com seus deveres de consciência política e até sentir falta do Galvão, portador da voz da menina mané, dona da bola das informações forjadas.

E tudo isso se esquece no conforto do dever degritar muito quanmdo vemos os heróis instantâneos entrando em campo, se reunindo para tramar a vitória. Um coreano do norte chora. Emoção? Divisão? Explosão? Ou receio dos olé?

A posse de bola no primeiro tempo é 66% nossa, mas não sai o gol. “Ele está amadurecendo…” Já diria meu irmão.

No segundo tempo, mandamos a civilidade à merda e intensificamos a torcida. Os dedos no pandeiro fazem a algazarra e o som vibra atravessando o atlântico – que começa em alguns metros, por la calle allá fuera. Os corações são como urânio enriquecido, esperando.

E Maincon não decepciona e incendeia nossos mundos e devastamos tudo de alegria. Ouvem-se os gritos no bar.

Urramos de prazeraliviosaudaderaivaeuforiaurrramosgarramosestourandodevotadamentetudo!

O jogo após esse pequeno suspiro se torna mais cadenciado, fomos brincando de ficar nervosos. Y de paldas, sentimos um prazer imenso em poder ser anfitriões de um jogar tão alegre, em jogar e retorcer. “Me alegro”

Mas num esparra não.

~ por stopo em 15 de junho de 2010.

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